Sou tomista convicto. O aspecto da Filosofia pelo qual mais me interesso é a Filosofia da História. Em função deste encontro o ponto de junção entre os dois gêneros de atividade em que me venho dividindo ao longo de minha vida: o estudo e a ação. O ensaio em que condenso o essencial de meu pensamento explica o sentido de minha atuação ideológica. Trata-se do livro Revolução e Contra-Revolução.

24 de fevereiro de 2015

Católicos que combatem a Cidade Santa dentro de seus próprios muros

Entre as forças da Revolução, cumpre não omitir os católicos que professam a doutrina da Igreja mas estão dominados pelo espírito revolucionário. Mil vezes mais perigosos que os inimigos declarados, combatem a Cidade Santa dentro de seus próprios muros, e bem merecem o que deles disse Pio IX: “Embora os filhos do século sejam mais hábeis que os filhos da luz, seus ardis e suas violências teriam, sem dúvida, menor êxito se um grande número, entre aqueles que se intitulam católicos, não lhes estendesse mão amiga. Sim, infelizmente, há os que parecem querer caminhar de acordo com nossos inimigos, e se esforçam por estabelecer uma aliança entre a luz e as trevas, um acordo entre a justiça e a iniqüidade por meio dessas doutrinas que se chamam católicoliberais, as quais, apoiando-se sobre os mais perniciosos princípios, adulam o poder civil quando ele invade as coisas espirituais, e impulsionam as almas ao respeito, ou ao menos à tolerância das leis mais iníquas. Como se absolutamente não estivesse escrito que ninguém pode servir a dois senhores. São eles muito mais perigosos certamente e mais funestos do que os inimigos declarados, não só porque lhes secundam os esforços, talvez sem o perceberem, como também porque, mantendo-se no extremo limite das opiniões condenadas, tomam uma aparência de integridade e de doutrina irrepreensível, aliciando os imprudentes amigos de conciliações e enganando as pessoas honestas, que se revoltariam contra um erro declarado. Por isso, eles dividem os espíritos, rasgam a unidade e enfraquecem as forças que seria necessário reunir contra o inimigo” (Carta ao Presidente e membros do Círculo Santo Ambrósio, de Milão, de 6-III-1873, apud I Papi e la Gioventù, Editrice, A.V.E., Roma, 1944, p. 36).

Fonte: Revolução e Contra-revolução, parte I, Cap. VI, 5. D