Este sistema traz, evidentemente, a morte da inteligência. Se o homem quer conhecer Deus e comunicar-se com Ele, não deve estudar nem pensar. Basta-lhe conhecer os métodos aptos a suscitar nele a experiência sensível da presença e da ação das energias universais e divinas dentro de si mesmo.
Também a vontade perde sua razão de ser dentro deste sistema. Não há propriamente uma união com a divindade por meio do esforço da vontade aplicada em praticar o bem e evitar o mal. Basta que o homem consiga despertar dentro de si por meio de métodos adequados a sensação experimental de que seu ser está naturalmente impregnado de forças divinas; o que aliás não é tão difícil pois todo o iniciado conhece tais métodos e nele se pode exercitar.
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Está claro que nada disto teria capacidade de sedução, nem encanto, se não se envolvesse nos véus do mistério. Assim, a magia ressurrecta do século XX inventou não só vocábulos mas vocabulários inteiros, novos e complicados, todo um sistema literário cheio de figuras esfumaçadas e vistosas, em que estas afirmações fundamentais, variáveis aliás de escola para escola quase ao infinito em seus pormenores, vão sendo postas em circulação para uso da pobre Cristandade diluída, narcotizada e insensível do século XX.
Daí, evidentemente, uma imensa confusão de conceitos, de sistemas, de tendências. Durante todo o ano de 1951, esta confusão não fez senão perdurar e crescer.
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Assim, fora das fronteiras da Igreja grassa uma religiosidade que em última análise é perfeitamente ímpia. E nos meios católicos? Ao mesmo tempo que formulamos a pergunta, contrai-se de tristeza nosso coração. Manda a verdade que se diga que também aí a confusão existe.
Fonte: "Sob o signo da confusão e da esperança", Catolicismo nº 13, janeiro de 1952
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