Sou tomista convicto. O aspecto da Filosofia pelo qual mais me interesso é a Filosofia da História. Em função deste encontro o ponto de junção entre os dois gêneros de atividade em que me venho dividindo ao longo de minha vida: o estudo e a ação. O ensaio em que condenso o essencial de meu pensamento explica o sentido de minha atuação ideológica. Trata-se do livro Revolução e Contra-Revolução.

25 de agosto de 2013

Dissipar as trevas do desânimo

Acredito na gravidade do perigo comunista. Mas tal gravidade decorre do contraste entre, de um lado, a moleza e a imprevidência de incontáveis anticomunistas de cúpula e de base, e do outro lado, o fanatismo, a sagacidade, a agilidade e a requintada técnica de manipular a opinião pública, das minorias autenticamente comunistas.

Não me farto de insistir sobre a insensibilidade da opinião pública à propaganda comunista. De Marx a nossos dias, os comunistas só conquistaram o poder e só se mantiveram nele pela força. Jamais pela persuasão. Quanto mais estendem seu poder, tanto mais se lhes torna difícil manter sob jugo o crescente número de suas vítimas. Um colosso assim estruturado tem evidentemente pés de barro. E, quanto mais cresce, mais está prestes a cair. Por isto mesmo, considero uma obra-prima da propaganda comunista, que ela tenha conseguido desviar deste ponto capital a atenção de numerosos anticomunistas, a ponto de os persuadir de que diante do poderio vermelho a resistência anticomunista se tornou inútil.

A luta contra esse pessimismo gratuito deve ser um dos empenhos mais contínuos dos que reagem contra o comunismo. (...) Dissipar as trevas do desânimo me parece um dos principais deveres do momento.

Fonte: Animar, esse dever urgente, Folha de S. Paulo, 10.09.1969

Um comentário:

Anônimo disse...

Como gostaria de poder conversar com o Dr. Plínio nos dias de hoje! O desânimo que sinto, não é somente com relação ao "poderio" comunista e toda a complexa engenharia cultural que sustenta esta máquina mortífera, mas meu desânimo é com aqueles que operam nas trincheiras da traição fria e oportunista. Estes sim, são os verdadeiros responsáveis por todo o sofrimento que se explana como pólvora e enxofre em nossas vidas.
Abs, Adriana.