Sou tomista convicto. O aspecto da Filosofia pelo qual mais me interesso é a Filosofia da História. Em função deste encontro o ponto de junção entre os dois gêneros de atividade em que me venho dividindo ao longo de minha vida: o estudo e a ação. O ensaio em que condenso o essencial de meu pensamento explica o sentido de minha atuação ideológica. Trata-se do livro Revolução e Contra-Revolução.

21 de setembro de 2013

Diferença entre doutrina e ideologia

Folha de S. Paulo – Dr. Plínio, qual é a diferença, para o Sr., entre doutrina e ideologia?

Plinio Corrêa de Oliveira – A “ideologia” é uma palavra – também ela – muito elástica. É quase uma sanfona que se pode comprimir e descomprimir à vontade. Eu julgo que há um núcleo – nos diversos sentidos da palavra ideologia – que é ao mesmo tempo uma doutrina e a mentalidade que esta doutrina forma. Isto seria “ideologia”.

O que entendo aqui como mentalidade? Uma doutrina, na medida em que ela sugere uma posição artística, uma posição temperamental, uma posição moral, uma posição no modo de relacionar-se, etc., etc., enfim, que ela forma, naqueles que a aceitam, uma determinada mentalidade, ela poderia ser considerada uma ideologia. E parece que esse é o núcleo fixo – não sei se a palavra fixo lhe agrada muito - mas é um núcleo fixo em torno das flutuações da palavra “ideologia”.

A “doutrina”, não. A doutrina é o conjunto de convicções, tiradas em abstrato, a respeito de determinada coisa.

Fonte: Entrevista à Folha de S. Paulo, 18.12.1981

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