Sou tomista convicto. O aspecto da Filosofia pelo qual mais me interesso é a Filosofia da História. Em função deste encontro o ponto de junção entre os dois gêneros de atividade em que me venho dividindo ao longo de minha vida: o estudo e a ação. O ensaio em que condenso o essencial de meu pensamento explica o sentido de minha atuação ideológica. Trata-se do livro Revolução e Contra-Revolução.

24 de dezembro de 2013

Natal: a terra e o Céu constituem novamente uma só sociedade

Na festa do Santo Natal há várias noções que por assim dizer se superpõem. Antes de tudo, o nascimento do Menino Deus torna patente a nossos olhos o fato da Encarnação. É a segunda Pessoa da Santíssima Trindade que assume natureza humana e se faz carne por amor de nós. Ademais, é o início da existência terrena do Senhor. Um início refulgente de claridades, que contém em si um antegosto de todos os episódios admiráveis de Sua vida pública e privada. No alto desta perspectiva está sem dúvida a Cruz. Mas, nas alegrias do Natal mal divisamos o que ela tem de sombrio. Vemos apenas jorrar do alto dela, sobre nós, a Redenção. O Natal é assim o prenúncio da libertação, o sinal de que as portas do Céu vão ser reabertas, a graça de Deus vai novamente difundir-se sobre os homens, e a terra e o Céu constituirão outra vez uma só sociedade sob o cetro de um Deus Pai, e não mais apenas Juiz.

Se analisarmos detidamente cada uma destas razões de alegria, compreenderemos o que é o júbilo do Natal, este gáudio cristão ungido de paz e de caridade que faz com que durante alguns dias todos os homens experimentem um sentimento bem raro neste triste século: a alegria da virtude.

Fonte: Populus qui habitat in tenebris vidit lucem magnam, Catolicismo, Dezembro de 1951

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