A Contra-Revolução é progressista? Sim, se o progresso for autêntico. E não, se for a marcha
para a realização da utopia revolucionária.
Em seu aspecto material, consiste o verdadeiro progresso no reto aproveitamento das forças da
natureza, segundo a Lei de Deus e a serviço do homem. Por isso, a Contra-Revolução não pactua
com o tecnicismo hipertrofiado de hoje, com a adoração das novidades, das velocidades e das
máquinas, nem com a deplorável tendência a organizar more mechanico a sociedade humana. Estes
são excessos que Pio XII condenou com profundidade e precisão.
E nem é o progresso material de um povo o elemento capital do progresso cristãmente
entendido. Consiste este, sobretudo, no pleno desenvolvimento de todas as suas potências de alma, e
na ascensão dos homens rumo à perfeição moral. Uma concepção contra-revolucionária do
progresso importa, pois, na prevalência dos aspectos espirituais deste sobre os aspectos materiais.
Em conseqüência, é próprio à Contra-Revolução promover, entre os indivíduos e as multidões, um
apreço muito maior por tudo quanto diz respeito à Religião verdadeira, à verdadeira filosofia, à
verdadeira arte e à verdadeira literatura, do que pelo que se relaciona com o bem do corpo e o
aproveitamento da matéria.
Por fim, para demarcar a diferença entre os conceitos revolucionário e contra-revolucionário
de progresso, importa notar que o último toma em consideração que este mundo será sempre um
vale de lágrimas e uma passagem para o Céu, ao passo que para o primeiro o progresso deve fazer
da terra um paraíso no qual o homem viva feliz, sem cogitar da eternidade.
Pela própria noção de reto progresso, vê-se que este tem por contrário o progresso da
Revolução.
Assim, a Contra-Revolução é condição essencial para que seja preservado o desenvolvimento
normal do verdadeiro progresso, e derrotada a utopia revolucionaria, que de progresso só tem
aparências falaciosas.
Fonte: Revolução e Contra-Revolução, Parte II, p. 77
Nenhum comentário:
Postar um comentário