Sou tomista convicto. O aspecto da Filosofia pelo qual mais me interesso é a Filosofia da História. Em função deste encontro o ponto de junção entre os dois gêneros de atividade em que me venho dividindo ao longo de minha vida: o estudo e a ação. O ensaio em que condenso o essencial de meu pensamento explica o sentido de minha atuação ideológica. Trata-se do livro Revolução e Contra-Revolução.

24 de junho de 2015

A voz de quem clama no deserto!

"Vox clamantis in deserto" (Mt. 3,3) – a voz de quem clama no deserto. Com essas belas e sonoras palavras do Batista gostavam de se qualificar os homens públicos do século XIX, ao constatarem que, ante seus brados de alerta, admoestações e conselhos, os acontecimentos não mudavam de curso.

Hoje como que não há mais desertos. Por todas as partes se encontram multidões formadas por homens incontáveis. Entre eles, porém, rareiam os verdadeiros homens, e, quando eles clamam, não o fazem na nobre e desolada solidão das vastidões inabitadas, porém na poluição dos ânimos, dos fatos e das coisas, imersos no caos, na zoeira, e no sono dos que já não agüentam....

Ainda que deva ser vista assim a situação dos brasileiros que persistem em convidar para a vigilância, para a reflexão e para a ação, a TFP, quanto a si, continua obstinadamente a falar. De imediato, porque ela bem sabe quantos são, em meio ao fog, os que pensam cabalmente como ela, e ademais os que, sensíveis pelo menos à voz dela, e com ela concordes nestes ou naqueles pontos, se sentem estimulados a reações esparsas mas saudáveis, porque da TFP ouviram, em alguma ocasião, uma palavra clara, forte e franca... com a qual são consonantes, ainda quando, por vezes, ela lhes pareça exagerada.

Fonte: "Ao término de décadas de luta, cordial alerta da TFP ao Centrão", Folha de S. Paulo, 28.04.1988

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