Sou tomista convicto. O aspecto da Filosofia pelo qual mais me interesso é a Filosofia da História. Em função deste encontro o ponto de junção entre os dois gêneros de atividade em que me venho dividindo ao longo de minha vida: o estudo e a ação. O ensaio em que condenso o essencial de meu pensamento explica o sentido de minha atuação ideológica. Trata-se do livro Revolução e Contra-Revolução.

17 de junho de 2015

Comunismo: ideologia rebarbativa e indigesta

Nunca será demasiado insistir sobre este ponto: o comunismo não corresponde aos anelos do homem contemporâneo; é ele uma ideologia rebarbativa e indigesta, que os maiores esforços propagandísticos não alcançam inculcar nas massas.

Sempre que a oportunidade se oferece, lembro este grande fato da atualidade. Não porque eu pretenda, com isto, demonstrar que a doutrina comunista é falsa, pois a simples rejeição de uma doutrina pela multidão não é critério para se julgar de seu acerto. É porque a fama de invencível constitui uma das melhores armas de propaganda do comunismo que insisto em lembrar as derrotas dele. Pois desejo, quanto em mim está, destruir esta arma, a qual não passa de blefe publicitário.

Mas, objetará talvez alguém, se eu me preocupo tanto com o comunismo, é evidentemente porque lhe temo o êxito. E se lhe temo o êxito, como afirmo ao mesmo tempo que ele não tem mostrado capacidade para persuadir as massas?

A resposta é simples. A História da humanidade em geral - e a do comunismo em particular - prova que minorias ideológicas bem organizadas podem subjugar, em dadas circunstâncias, e sem grande dificuldade, maiorias inertes, divididas, e minadas pelo derrotismo. Assim, desfazer os temores da maioria autêntica ante o poder de uma pseudo maioria é um dos melhores meios para evitar que esta chegue ao poder.

Fonte: "Comunismo, matrimônio e extermínio", Folha de S. Paulo, 28.05.1969

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