As muitas crises que abalam o mundo hodierno - do Estado, da família, da economia, da
cultura, etc. - não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental, que tem como campo de ação o próprio homem. Em outros termos, essas crises têm sua raiz nos problemas de alma mais profundos, de onde se estendem para todos os aspectos da personalidade do homem contemporâneo e todas as suas atividades.
Essa crise é principalmente a do homem ocidental e cristão, isto é, do europeu e de seus
descendentes, o americano e o australiano. E é enquanto tal que mais particularmente a
estudaremos. Ela afeta também os outros povos, na medida em que a estes se estende e neles criou raiz o mundo ocidental. Nesses povos tal crise se complica com os problemas próprios às respectivas culturas e civilizações e ao choque entre estas e os elementos positivos ou negativos da cultura e da civilização ocidentais.
Por mais profundos que sejam os fatores de diversificação dessa crise nos vários países
hodiernos, ela conserva, sempre, cinco caracteres capitais: é universal, una, total, dominante e processiva.
Fonte: Revolução e Contra-Revolução, 4ª ed., 1998, pp. 19-23
Nenhum comentário:
Postar um comentário