Sou tomista convicto. O aspecto da Filosofia pelo qual mais me interesso é a Filosofia da História. Em função deste encontro o ponto de junção entre os dois gêneros de atividade em que me venho dividindo ao longo de minha vida: o estudo e a ação. O ensaio em que condenso o essencial de meu pensamento explica o sentido de minha atuação ideológica. Trata-se do livro Revolução e Contra-Revolução.

20 de março de 2014

As duas grandes heresias sociais de nossos dias: nazismo e comunismo

Dissemos que nosso século é o século das heresias políticas e sociais. Ninguém poderá negá-lo. Os erros de Nestor, Pelágio, Ario, as especulações dos gnósticos e dos maniqueus, e até mesmo as controvérsias da pseudo-reforma protestante, do jansenismo e do quietismo não serão capazes, hoje em dia, de apaixonar as massas. Todas estas heresias versam sobre assuntos por demais espirituais e elevados para nosso século encharcado de materialismo. As massas, hoje em dia, não são capazes de se apaixonar por qualquer heresia referente à Santíssima Trindade ou à Encarnação do Verbo. Para empolgar e arrastar as massas, o demônio usa hoje uma tática diferente. Insinua-se na política, na sociologia e na economia, e, nestes terrenos diretamente ligados com a vaidade e ganância de cada indivíduo, faz fermentar o veneno da heresia. E, como se trata de dinheiro, de luxúria e de mando, o homem moderno se agita, se entusiasma e se levanta em pé de guerra. É esta a tática que seguiu o demônio.

Assim sendo, nossa tática é de aceitar o combate neste terreno em que somos atacados, e de procurar preservar as almas contra a heresia, não apenas no terreno da filosofia e da Religião (o que nunca deixará de ser mais essencial), mas ainda no terreno da política, da sociologia e da economia.

Nosso século sofre de duas grandes heresias. Uma é o comunismo, que ele herdou do século anterior. A outra é a idolatria pagã do Estado, que encontra no nazismo sua expressão mais completa. Contra estes inimigos, os católicos deverão empregar o melhor de sua argúcia, procurando atentamente, nos magníficos Documentos Pontifícios contra o liberalismo, contra o modernismo, contra o socialismo, contra o comunismo, contra o nazismo e contra o fascismo (a magistral Encíclica “Non Abbiamo Bisogno”, que muita gente não gosta de ler) a condenação dos princípios fundamentais de todos estes erros. Bem conhecidos os princípios errados, bem conhecidas principalmente as verdades que se opõem a estes princípios, o católico deverá adestrar seu espírito na pesquisa de todas as conseqüências próximas ou remotas, diretas ou indiretas, que tais princípios podem engendrar. Isto posto, deverá ele ter uma idéia nítida, não apenas das opiniões que colidem com as verdades fundamentais expostas pelos Pontífices, mas ainda das opiniões simplesmente suspeitas de heresia. E, então, terá adquirido com o auxílio de Deus aquele senso católico que é uma das graças que mais deve ambicionar um filho da Igreja, realmente digno deste glorioso nome.

Fonte: No século das heresias políticas, Legionário, 29.05.1938

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